sábado, outubro 21, 2006


Cartaz definitivo da exposição de Pintura com o título "Nos 5 sentidos", de José Maria Oliveira, na Biblioteca Municipal de Faro, a partir de 27 deste mês de Outubro.
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Loba e Mantéu de Salamanca Posted by Picasa
Aula de Teologia na Universidade de Salamanca, anterior a 1614, mostrando o lente na cátedra e os alunos no auditório. Pintura realizada por Martín de Cervera na Biblioteca General Universitaria de Salamanca em 1614 (vide "Puertas de Cervera").
Entre o século XVI e a sua extinção oficial em 1834, o trajo mais comum dos escolares de Salamanca era constituído por LOBA de duas peças (Sotaina+Beca), MANTÉU (Capa Talar) e BARRETE (podendo ser de cantos, ou redondo, tipo "chapéu de alguidar"). As diferenças entre Salamanca e Coimbra, em cor e figurino, durante o período considerado afiguram-se mínimas.
Fonte: Luis BEZARES e Roberto DEL RIO, "Estudiantes de Salamanca", Salamanca, Ediciones Universidad Salamanca, 2001, , pp. 57, 58, 59.
AMNunes


Rua Doutor Arnaut Posted by Picasa
Conforme havíamos noticiado neste blog em 11/10/2006, a Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais vestiu-se de gala para receber no seu álbum de família José Dias Ferreira, Isidoro Baptista, Salvador Arnaut, Jorge Colaço e Alberto Pessoa. O primeiro e o último nasceram em Coimbra, o 2º em Goa, o 3º em Penela e o 4º em Tânger. Para Dias Ferreira, Isidoro Baptista e Salvador Arnaut, foi mesmo possível trazer à efeméride descendentes.
Momentos sentidos, palavras comovidas, foi o que se viu, ouviu e fotografou no Pinhal de Marrocos, Casa Branca, Ladeira da Portelinha e Chão do Bispo, entre as 10.30h e as 12.30h.
Das cinco inaugurações previstas para a manhã de Sábado, constituiu momento alto, e atraíu mais assistência, a inauguração da lápide alusiva ao nome e memória do Doutor Salvador Arnaut.
Aliás Armando Luís de Carvalho Homem, em nota biográfica elegante e eficaz ("Salvador Dias Arnaut. 1913-1995") como que abriu as portas, via blog de 21/10/2006, a este momento. Figura querida nos meios conimbricenses, Salvador Arnaut consegui trazer à "sua rua" algumas das "Meninas de Coimbra", entre elas Leontina Ventura, Rosa Marreiros e Maria José Santos.* A apresentação coube à Doutora Leontina Ventura que num assomo de emoção e quase genialidade evocou e caracterizou o falecido lente com uma precisão de suster a respiração. Como bem exprimiu a Doutora Maria José Azevedo, nas palavras particulares de felicitação à apresentante, "só faltou dizer o nome do cão"!
A manhã terminou com o Arquitecto Alberto Pessoa, em definitiva vizinhança com o humanista Damião de Góis e com o dirigente estudantil Francisco Salgado Zenha.
Fonte: "Toponímia presta homenagem a cinco figuras da cidade", Diário de Coimbra, de 21 de Outubro de 2006, p. 6.
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*A renovação do corpo docente de História Medieval da Faculdade de Letras da UC comportou uma certa feminilização visível nas décadas de 1980-1990. Já não me lembro exactamente a quem ouvi esta expressão carinhosamente bem humorada de "As Meninas de Coimbra", aplicada às lentes medievalistas da UC. De acordo com informações amavelmente prestadas pela Doutora Maria José Azevedo Santos (31/10/2006), o autor da expressão"As Meninas de Coimbra" foi o falecido Cónego Doutor Isaías da Rosa Pereira, quando foram admitidas na Academia PH Maria Helena da Cruz Coelho, Maria Teresa Veloso, Maria José Azevedo Santos e Maria Alegria Fernandes Marques. As informações prestadas pela Doutora Maria José Azevedo batem certo com aquilo que me foi dado rememorar: conheci o Doutor Isaías da Rosa Pereira em Coimbra, durante o 7º Congresso de História da Universidade, em 1990. Tendo este apreciado e confirmado os dados da minha comunicação sobre o historial do Hábito Talar (e Insígnias), convidou-me a visitá-lo em Lisboa. Visitei-o em Julho desse mesmo ano e pernoitei na sua habitação da Rua Capitão Renato Baptista (prédio do Patriarcado), tendo com ele percorrido a Faculdade de Letras da UL e o Tribunal Eclesiástico (Campo de Santana). O Cónego Isaías era uma figura encantadora, parece que não devidamente reconhecido na sua instituição. Ofertou-me exemplares de trabalhos de sua autoria, alguns sobre a Inquisição, e deixou-me estudar todas as peças do seu guarda-roupa eclesiástico e doutoral (infelizmente nada fotografei). Foi durante esta visita que o Cónego Isaías me referiu "As Meninas de Coimbra", expressão que na sua boca significava alto apreço. Mais tarde, vim a reencontrar-me com pergaminhos legados pelo Doutor Isaías à UC, por sugestão da Doutora Maria José Azevedo...
AMNunes


Manuel Ribeiro aqui, a cozinhar no forno, uma petiscada de se lhe tirar o "chapéu". Nos intervalos destas e doutras andanças, ainda tem tempo para construir duas guitarras de Coimbra e de as tocar! Foto retirada do seu "Blog do Manel".
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Três pinturas do também guitarrista José Maria Oliveira, que vão estar expostas, a partir de 27 deste mês de Outubro, na Biblioteca Municipal de Faro, com o título genérico de "Os Cinco Sentidos". De cima para baixo: Samaritana, Fado da crucificada e A lenda das algas.
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A outra face do espelho

Câmbio de Letras
Por José Henrique Dias, Professor Universitário
Matinal e longa, a caminhada até ao liceu. Logo no início da rua Abílio Roque, caminhava-se uma boa centena de metros sem uma casa. Do lado direito de quem descia, os terrenos a que chamávamos de mata de cima, até ao fundo onde estava a casa das máquinas do hospital. Muros intervalados por matagal, com silvedos que abriam olhos de sangue nos descuidos das brincadeiras.
Do outro lado, uns muretes com grades baixas. Veio aquele dia em que apareceu a placa de azulejos, Rua Padre António Vieira, com o esclarecimento: Orador e diplomata do Sec. XVII. A partir de então, jamais falharíamos resposta sobre a actividade e época do notável prosador. As placas toponímicas deviam ser todas assim, identificar os celebrados.
Um dos nossos jogos favoritos era lançar pedras a ver quem chegava ao telhado de um casarão abandonado, lá no fundo, sobranceiro ao Mercado D. Pedro V, onde muitos anos mais tarde se instalou a hemeroteca e onde se chega por elevador. Fora dos jesuítas, dizia-se.
Músculos em crescimento, poucos venciam a distância e se deleitavam com o estralejar das pedras nas telhas do velho casarão.
Ao longo da rua encurvada, poucas eram as casas, até chegar lá abaixo, ao topo da Avenida Sá da Bandeira, logo à Praça da República e Rua Oliveira Matos, onde estava o Ninho dos Pequenitos com freiras de chapeleta bizarra, branca como a farda e o verniz do rosto. Que atormentávamos entalando pedras que colavam os botões das campainhas. Santas mulheres, que aguentavam sem palavrão audível as nossas tropelias, modesto contributo para ganharem o céu a que hipotecaram o riso, o viço e o serviço.
Deixaram aquela boa área onde muitos anos depois se ergueram as instalações da Associação Académica.
Todos os dias, em tempo de aulas, lá íamos dois ou três das vizinhanças da Couraça dos Apóstolos, minutos marcados e aceleração do passo, enfrentando as ruelas da Sereia, à espera de horas mais livres para a caça à passarada, com fisgas de elásticos no i grego de ramo de figueira (os melhores eram de buxo) e pedra entalada no rectângulo de cabedal. Não havia caçador como o Eugénio. Nas fisgas e a driblar com o pé esquerdo.
Estava por riscar aquela escadaria que liga a Rua Lourenço Almeida Azevedo à alameda do liceu. Era um declive de árvores e lamas, com pequenos espaços que davam para uma jogatana de futebol.
Campo que se visse era o das oliveiras, na Avenida Afonso Henriques, longe ainda das construções que se alinham de um e outro lado.
Se havia um feriado, como dizíamos quando um professor faltava, ou gazeta combinada, corríamos para o campo das oliveiras, mal alinhavado nos seus altos e baixos, duas pedras de baliza em cada lado, e a guarda-redes os que menos se ajeitavam com a bola. O Louzã era tão hábil a falhar remates como a alinhavar rimas. Também D. Dinis fora hábil nos versos e nos bastardos. Ai flores, ai flores do verde pino. Contavam-se os minutos, incluindo o tempo de intervalo, para chegarmos afogueados à aula seguinte.
O D. João III tinha excelentes professores. Um destes dias hei-de tratar disso. Que então, aprendia-se Português no convívio de selectas de autores e na leitura integral de algumas obras, não se havia ainda inventado o comércio dos resumos e do como ler sebenteiro que por aí circula como complemento da indigência cultural e atestado da charneca intelectual em que o país amadurece.
À porta do liceu singrava pequeno comércio ambulante. Um homenzarrão trazia numa seira pevides, sementes de abóbora torradas e crepitantes de sal, cativando com o seu pregão olha a bela p’ide suiça. Soava a transgressão. Soava bem. A troco de uns tostões, enchia uma pequena barrica que fora de ovos moles, das que se vendiam nas estações à chegada dos comboios. Arrufadas de Coimbra e barricas de ovos moles, apregoavam mulheres de blusas de chitas garridas, saias rodadas a roçarem os artelhos.
O culto da pevide é ancestral do roer pipocas, actual tormento da ida ao cinema, com sustenidos de toques e solfejos ao telemóvel.
Mas encantadora era a Senhora Maria, que atravessara gerações com o seu tabuleiro de docinhos, os apetecíveis bananis, cones de ponto de açúcar com sabores a groselha ou mel, embrulhados em papel vegetal, com um palito no rabo a funcionar de pega da lenta degustação.
De todos os doces, os mais procurados eram uns biscoitinhos em forma de letras maiúsculas. Superada a atracção pela letra do nome, narcísica procura só superada pela escrita na borda do prato, quando as mães propunham a sopinha de letras, a tendência era escolher os bolinhos maiores, condizentes com o desenho da letra.
Iam-se afastando os inconvenientes e a preferência ia naturalmente para o eme e o ene, que então eram mê e nê.
A Senhora Maria não se conformava. Em jeito de ralhete, sentenciava:-Só querendes os mêses e os nêses? Também haveis de levar os ises.
Quem é que queria o lingrinhas do I, que nem pinta tinha? Ou mesmo o Lê magricela, apesar de mais uma perninha? Nem o Ismael se tentava, nem o Luciano fazia jus ao patronímico. Tudo era Manel ou Nicolau, argumentava-se para a boa Senhora.
Os bolitos amorenados, com um ligeiro gosto a canela, fazem crescer água na boca da memória.Senhora Maria: venham de lá os ises!
Artigo retirado do jornal Despertar.

SALVADOR DIAS ARNAUT (1913-1995)

A propósito da atribuição do nome do DOUTOR SALVADOR DIAS ARNAUT a uma artéria de Coimbra:

Evocação de um Mestre
(reed. de um texto de 1995) [1]

A 8 de Julho do ano em curso morreu em Coimbra, vítima de doença súbita, o Doutor Salvador Dias Arnaut, lente jubilado de Letras/História e nome cimeiro do medievismo português.
Natural de Penela, Salvador Manuel Dias dos Santos Arnaut começou por se licenciar em Medicina na UC (1940) e foi, por alguns anos, médico dos serviços locais da delegação de Saúde e professor da Escola de Enfermagem Rainha Santa Isabel. Entre 1943 e 1947 cursou Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras (do seu Livro de Curso constam nomes como os de Walter de Sousa Medeiros, Joaquim Veríssimo Serrão e Fernando Campos), concluindo a licenciatura em 1951: a dissertação que então apresentou e defendeu tinha por título A Batalha de Trancoso, obra que representa a primeira incursão de fundo do Autor na problemática de 1383-85. Contratado como 2.º Assistente da Faculdade de Letras em 1952, viria a doutorar-se 8 anos mais tarde, apresentando como dissertação o hoje clássico estudo A Crise Nacional dos Fins do século XIV, I. A Sucessão de D. Fernando. Recebeu solenemente as insígnias doutorais (conjuntamente com o Doutor Avelino de Jesus da Costa [1908-2000]) em Janeiro de 1965. Fez concurso para professor extraordinário da sua Escola em 1969 a tingiu a cátedra em 1971. Entre 1972 e 1974 foi Subdirector da Faculdade de Letras (o Director era o Doutor Américo da Costa Ramalho). Durante longos anos, esteve ligado à docência, nomeadamente, de História de Portugal II, História Moderna e Contemporânea de Portugal, História da Expansão Portuguesa e História do Brasil.
Afastado do ensino por algum tempo após o 25 de Abril de 1974, regressaria à sua escola em 1978, reassumindo a Direcção do Instituto de História da Expansão Ultramarina (que já dirigira a partir de 1965); entre 1978 e 1981 presidiu à Comissão Científica do Grupo de História. Atingiu o limite de idade a 25 de Outubro de 1983. No dia seguinte seria um dos arguentes (o outro foi A. H. de Oliveira Marques) de O Baixo Mondego nos Finais da Idade Média (Estudo de História Rural), tese de doutoramento de Maria Helena da Cruz Coelho, a primeira em História Medieval na UC desde as de Avelino de Jesus da Costa e do próprio SDA (ambas defendidas em 1960). Jubilou-se no termo do ano lectivo de 1983/84, mas continuou a prestar apoio a Seminários de mestrado e a participar em júris de provas académicas praticamente até ao fim da vida, constituindo referência indelével para os historiadores mais jovens.
Foi membro da Academia Portuguesa da História, da Associação dos Arqueólogos Portugueses e sócio emérito da Sociedade Portuguesa de Estudos Medievais.
Deixou uma Obra não particularmente extensa, mas marcante, muito em especial os estudos que consagrou às complexas e controversas décadas de finais de Trezentos. Obra não totalmente pacífica: há quem lhe assinale «curtas perspectivas historiográficas» e lhe aponte a pecha de «estudar as origens da "crise" de 1383 pela via estritamente factológica» [2]; há quem, em contrapartida, lhe realce a «minuciosa exegese» documental [3]. É opinião do autor desta nótula que os trabalhos de SDA sobre a problemática em causa vieram introduzir duas novidades de fundo:

a) A chamada de atenção para a importância política dos filhos de Pedro I e de Inês de Castro, e particularmente para o infante D. João, como a individualidade em quem sectores significativos da sociedade política viam, em 1383, a «saída para a (dimensão dinástica) da crise»;

b) o realce dado à nobreza beirã e ao seu papel em Trancoso, batalha cujo desfecho se considera fundamental no enfraquecer do exército castelhano e, consequentemente, episódio de modo algum escamoteável nos meses pré-Aljubarrota e indissociável da resolução militar da crise: «Trancoso foi (…) o prólogo de Aljubarrota», escreveu Ruy d'Abreu Torres, em artigo que sintetiza os pontos de vista de SDA [4].

É óbvio que nem A Batalha de Trancoso nem A Crise Nacional… são propriamente livros de leitura fácil, acessíveis, por hipótese, a estudantes do 2.º ano da licenciatura. Um acesso mais imediato ao essencial dos modos de ver do Autor pode conseguir-se nos trabalhos publicados nos anos 70 e 80, onde se retomam, complementam ou requestionam, em textos de maior brevidade, diversas questões abordadas nos opera magna [5].
SDA foi ainda um apaixonado cultor da História Regional e Local, desde Penela [6], onde veio ao Mundo, até outras localidades da Região Centro [7]; sem esquecer a compra que fez das ruínas do castelo de Germanelo e os cuidados que longamente pôs na sua preservação [8].
Destaque também para o estudo que dedicou à alimentação medieval [9], estudo este que, a par do capítulo «A mesa» de A sociedade Medieval Portuguesa, de A. H. de Oliveira Marques [10], constitui, na nossa Historiografia, o primeiro aflorar de uma problemática que, por esse Mundo fora, só bem mais tarde se iria impor.

Conservador por formação e opção, SDA iria no entanto deixar de si próprio – particularmente nos tempos de maturidade e velhice – uma imagem de diálogo, abertura, capacidade de reconhecer mérito a obras e autores que não participassem da sua visão do Mundo e de julgar os Colegas mais jovens por critérios estritamente científicos (e assim se compreende que SDA tenha estado directa ou indirectamente ligado à formação de historiadores tão diferentes, entre si e dele próprio, como João Lourenço Roque, Maria Helena da Cruz Coelho, João Marinho dos Santos, Maria Rosa Marreiros ou Leontina Ventura, e isto para só citar aguns nomes das duas últimas gerações). O essencial estaria na probidade da investigação; e falava frequentemente da criação de uma cadeira de Deontologia Profissional para Historiadores…; tais qualidades aliavam-se a uma extrema cordialidade pessoal, a um fino humor e a uma espantosa capacidade de evocar episódios pitorescos (ou mesmo picarescos) da vida da Universidade e dos seus Mestres. E aí, creio, o peso da sua formação primeira terá sido determinante: como ele próprio afirmava em 1965, ao fazer a solene petição de grau na Sala dos Capelos, «a Medicina, ligada ao sofrimento, (…) é profundamente humana – e humaniza» [11]. Deste ponto de vista Salvador Dias Arnaut foi médico até ao fim e não faltou ao juramento. («Médico» era, aliás, o único qualificativo que constava dos seus cartões de visita). E daí qua a sua morte tenha sido profundamente sentida pela Escola de Coimbra e que à última morada o tenha seguido o pesar unânime de Colegas, Amigos, Discípulos, Admiradores. «Tinha-se acabado uma longa jornada» [12]. Que melhor exemplo para os historiadores portugueses na conjuntura que atravessamos ?

Porto, 23 de Julho de 1995


BIBLIOGRAFIA

1. Activa
(selecção)

[1] Penela. Notas acerca de Um Centenário, Coimbra, 1937.

[2] Ladeia e Ladera. Subsídios para o Estudo do Feito de Ourique, Coimbra, 1939.

[3] António Nobre e a Paisagem de Coimbra (conferência), Coimbra, 1940.

[4] «Froissart e João Fernandes Pacheco», Revista Portuguesa de História, III (1947), pp. 129-159.

[5] «Flechas com "erva", na Guerra entre Portugal e Castela no fim do século XIV», Revista Portuguesa de História, III (1947), pp. 214-220.

[6] «Resenha sobre Historiografia Nacional e Estrangeira. Portugal (1939-1949)», Revista Portuguesa de História, III (1947), pp. 307-328.

[7] Batalha (A) de Trancoso, Coimbra, Faculdade de Letras / Instituto de Estudos Históricos Dr. António de Vasconcelos, 1951.

[8] Região do Rabaçal. A Terra e o Homem, Coimbra, Câmara Municipal de Penela, 1955; 2.ª ed.: 1961.

[9] Crise (A) Nacional dos Fins do Século XIV, I. A Sucessão de D. Fernando, Coimbra, Faculdade de Letras, 1960.

[10] «Algumas Notas sobre a Campanha de Aljubarrota», Revista Portuguesa de História, X (1962), pp. 467-499.

[11] Terras de Ansião: Um Pouco de História, Lisboa, 1964.

[12] Penela na Obra de Dois Escritores: Fernão Lopes e Eloy de Sá Sotto Mayor, Coimbra, Câmara Municipal de Penela, 1966.

[13] «Introdução», in LOPES, Fernão – Crónica de D. Fernando, Porto, Civilização, 1966, pp. IX-XXIV.

[14] «Arte (A) de Comer em Portugal na Idade Média», Introdução a ARNAUT, Salvador Dias; MANUPPELA, Giacinto [Ed.] – "Livro (O) de Cozinha" da Infanta D. Maria de Portugal, Coimbra, Por Ordem da Universidade, 1967, pp. XXIII-CXXX, com Apêndice Documental a pp. CXXXI-CXLV; reed. como vol. autónomo: Lisboa, IN/CM, 1986.

[15] Episódio (O) de Inês de Castro à luz da História, Lisboa, Comissão Executiva do IV Centenário da Publicação d'«Os Lusíadas», 1972.

[16] «Documentos (Os) do Mestre de Avis. Breves notas», Revista Portuguesa de História, XVII/2 (1977), pp. 341-349.

[17] «Castelo (O) de Germanelo», Anais da Academia Portuguesa da História, 2.ª sér., 28 (1982), pp. 231-256.

[18] «Crise (A) Nacional dos Fins do Século XIV (Contribuição para o seu Estudo)», Anais da Academia Portuguesa da História, 2.ª sér., 30 (1985), pp. 51-79.

[19] «Amores (Os) de Pedro e Inês. Suas Consequências Políticas», in Mulher (A) na Sociedade Portuguesa: Visão Histórica e Perspectivas Actuais. Actas do Colóquio, t. II, Coimbra, 1985, pp. 403-414.

[20] Acerca da Batalha de Trancoso, Trancoso, Câmara Municipal, s.d. [1986].

[21] «D. João I, Grande Rei, Grande Reinado», in Aljubarrota: 600 anos, Ciclo de Conferências da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, s.l. [Lisboa], 1987, pp. 351-363.

[22] «Tomar na Crise de 1383-1385», Boletim Cultural e Informativo da Câmara de Tomar, 10 (1988), pp. 13-21.

[23] «D. Fernando: o Homem e o Governante», Anais da Academia Portuguesa da História, 2.ª sér., 32/1 (1989), pp. 9-33.

[24] «Infante (O) D. Pedro, Senhor de Penela», Biblos, LXIX (1993), pp. 173-217.

[25] «Três Estudos sobre os Descobrimentos», Biblos, LXX (1994), pp. 93-118.

[26] «Valerá a pena ?», in Alta de Coimbra: História-Arte-Tradição (Actas do 1.º Encontro sobre a Alta de Coimbra), Coimbra, GAAC, 1988, pp. 303-308.


2. Passiva

[27] «Arnaut, Salvador Dias», in Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, XXXVIII (Apêndice) [AL-BE], Lisboa / Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d., p. 540; e Actualização, I, Lisboa / Rio de Janeiro, 1981, p 579.

[28] «Discursos nos Doutoramentos Solenes dos Doutores Salvador Manuel Dias dos Santos Arnaut e P.e Avelino de Jesus da Costa», Biblos, XLI (1974), pp. 3-28 (a oração de petição de grau, proferida pelo próprio SDA, encontra-se a pp. 9-10, e o elogio dos doutorandos, a cargo de Arnaldo Miranda Barbosa, a pp. 11-16; a pp. 4-5, uma breve nota biobibliográfica de SDA).

[29] HOMEM, Armando Luís de Carvalho; ANDRADE, Amélia Aguiar; AMARAL, Luís Carlos – «Por onde vem o Medievismo em Portugal ?», Revista de História Económica e Social, 22 (1988, Jan.-Abr.), pp. 115-138.

[30] MACEDO, Jorge Borges de – «Desenvolvimento (O) da Revolução Nacional de 1383-1385», in Aljubarrota: 600 anos, Ciclo de Conferências da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, s.l. [Lisboa], 1987, pp. 71-96.

[31] MATTOSO, José – «Perspectivas actuais da investigação e da síntese na Historiografia Medieval portuguesa (1128-1383)», Revista de História Económica e Social, 9 (1982, Jan.-Jun.), pp. 145-162.

[32] NUNES, João Paulo Avelãs – História (A) Económica e Social na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (1911-1974). O historicismo neo-metódico: Ascensão e Queda de um Paradigma Historiográfico, Lisboa, Instituto de Inovação Educacional, 1995.

[33] OLIVEIRA, António de – «Jubilação Universitária do Doutor Salvador Dias Arnaut», Revista Portuguesa de História, XXII (1985), pp. 201-206; também em Biblos, LXI (1985), pp. 620-625.

[34] ROQUE, João Lourenço – «Homenagem a Salvador Dias Arnaut», Diário de Coimbra (1995/07/12), p. 6.

Armando Luís de Carvalho HOMEM

NOTAS

[1] Publ. originariamente em Anais da Universidade Autónoma de Lisboa / série História, II (1995), pp. 295-299.
[2] MATTOSO [31], pp. 162 e 152.
[3] MACEDO [30], p. 75, nota (1).
[4] «Trancoso, Batalha de», in Dicionário de História de Portugal, dir. Joel SERRÃO, III/SIS-ZUR, reimpr., Lisboa / Porto, Iniciativas Editoriais / Figueirinhas, 1971, p. 192.
[5] ARNAUT [16], [18], [19], [20], [21] e [23]. Notáveis foram as suas intervenções na série televisiva «1383-85», produzida pela CINEQUANON e coord. por Valentino VIEGAS (Transmitida pela RTP/1 em Dez. 83 / Jan. 84). Participaram igualmente: A. H. de Oliveira MARQUES, Humberto Baquero MORENO, Armando CASTRO, Francisco de Sales LOUREIRO e António Borges COELHO.
[6] ARNAUT [1], [2] e [12].
[7] ARNAUT [8], [11] e [22].
[8] ARNAUT [2] e [17].
[9] ARNAUT [14].
[10] 1.ª ed.: Lisboa, Sá da Costa, 1964, pp. 7-22.
[11] ARNAUT [8], p. 10.
[12] SDA a propósito da paz com Castela em 1411 (intervenção no 5.º e último programa da série televisiva referida supra, n. 5, transmitido pela RTP/1 em 1984/01/02; transcrição a partir de gravação audio feita na altura).

sexta-feira, outubro 20, 2006


Grupo Ecos de Coimbra na Igreja Matriz de Goa, Índia, em Fevereiro de 2006. Canta Joaquim Rogério. Viola Maurício Monteiro e guitarra, José Maria Oliveira. Posted by Picasa


Grupo Ecos de Coimbra a actuar em Macau, na Messe dos Oficiais, em Setembro de 1999. Canta Joaquim Rogério. Na viola Maurício Monteiro e na guitarra José Maria Oliveira.  Posted by Picasa


Grupo Ecos de Coimbra, em Nova York, Estados Unidos da América em Setembro de 2000. Posted by Picasa


Grupo Ecos de Coimbra, sediado em Faro. Cantam António Vinagre e Joaquim Rogério. Viola, Maurício Monteiro e Guitarra, José Maria Oliveira. Actuação na Biblioteca Municipal de Faro, no ano de 2004. Posted by Picasa


Poema "Guitarra de Coimbra", de Carlos Carranca nos 115 anos da AAC. Enviado por João Luís Caria Vila. Posted by Picasa


Virgílio Caseiro deixa a ESEC. Parte dum texto do Diário as Beiras de hoje, da autoria de Lídia Pereira com foto de Gonçalo Martins. Posted by Picasa


Coro dos Antigos Orfeonistas na Mealhada. Notícia do Jornal da Mealhada de 18 de Outubro de 2006, enviado por João Luís Caria Vila. Posted by Picasa


Novas Edições: "Imprensa Estudantil" e outras Posted by Picasa
Com rosto renovado e auditório em estreia, a Coimbra Editora modernizou-se e diversificou o leque da sua produção editorial. Ao longo do mês de Outubro de 2006 serão disponibilizadas ao público obras em primeira mão, muitas delas assinadas por investigadores ligados a centros de pesquisa da UC.
Para o dia 31 de Outubro está agendada a apresentação crítica do tomo "Imprensa Estudantil de Coimbra. Volume I: Repertório Analítico (Século XIX)", coordenado por Manuel Carvalho Prata. Trata-se de um projecto desenvolvido no CEIS-20, com a chancela da Imprensa da UC, a apresentar em mesa redonda constituída por Luís Reis Torgal, António Nóvoa e António Manuel Nunes.
Fonte: prospecto enviado pela Dra. Inês Godinho, da Imprensa da UC
AMNunes


"Fado Maria" Posted by Picasa
Rosto do disco de 78 rpm contendo a matriz sonora primitiva do FADO MARIA (Maria tu és na terra), vulgarmente conhecido pelo título de "Fado Manassés" (Trago comigo um pecado).
A gravação, acompanhada ao piano, foi protagonizada pelo próprio autor, o tenor Manassés de Lacerda, na cidade do Porto. O "estúdio" afigura-se-nos desconhecido, mas tudo indica que a empresa discográfica arrendou um espaço adequado ao largo espectro de artistas que contratou para efeito de gravações sonoras. A gravação foi concretizada sem microfone, lacuna técnica que obrigava o cantor a posicionar a boca junto do bocal da campânula. "Fado Maria, cantado pelo Senhor Manassés de Lacerda", tenor, na matriz Zonophone X-52063, foi gravado pelo ano de 1905.
Manassés foi a mais glorificada das vozes conimbricenses da primeira década do século XX, tendo criado um estilo dramático que lhe sobreviveu e se prestou a aproveitamento em termos publicitários ("cantado no estilo Manassés). A raridade dos discos gravados por Manassés gerou ao longo de décadas enorme espectativa em torno do estilo do cantor, da sua originalidade e do invocado pioneirismo artístico que lhe estaria subjacente.
Confirmará a audição desta matriz a reputação do divo?
Desde logo importa ouvir o disco como se António Menano, Edmundo Bettencourt e outros grandes tenores conimbricenses fossem desconhecidos à outiva dos cultores e admiradores da CC. Nem 1º Modernismo à Bettencourt, nem Ultra-Romantismo à António Menano, para começar. Manassés posiciona-se num contexto Belle-Époque, dominado nos salões burgueses e aristocráticos pelo piano, e na rua pela guitarra em afinação natural, guitarra essa que nas monodias estróficas conimbricenses enxertava discricionariamente acompanhamentos de tipo fado corrido. Simples, fácil de executar, adequado a contextos improvisatórios, o acompanhamento do fado corrido podia ser facilmente engastado em qualquer melodia estrófica. No caso de Coimbra, este recurso foi mesmo entendido erradamente como um elemento constitutivo-definitório, quando muitas vezes não passava de um expediente do tipo "toca-tudo".
Mas nada de conclusões precipitadas, pois em décadas anteriores tinham predominado em Coimbra os acompanhamentos do lundum, quando o lundum fez moda. Manassés espraia-se nos compassos quaternários, interpretando ao piano e à guitarra um reportório vasto, e muito eclético, que vai dos fados tipicamente lisboetas em moda no Porto, Lisboa e Coimbra, a cançonetas operáticas de salão e teatro, passando pelos temas admitidos no universo da Galáxia Sonora Coimbrã. Muitos dos temas compostos/e ou gravados por Manassés, sendo estróficos, também são monodias relativamente incaracterísticas (sem qualquer ornamentação melódica, ao contrário de algumas composições oitocentistas), vocalizadas num estilo dramático contido, entrecruzado nas transições de dísticos pela incorporação de elementos ariosos ad libitum (prolongamento de Ais neumáticos, sustentação de sílabas tónicas de grande efeito em certas frases).
Nos alvores do século XX, Manassés foi seguramente o primeiro produtor da CC como arte e mercadoria consumível, emprestando a sua voz e reportório a serenatas, digressões de agremiações estudantis, espectáculos, gravações fonográficas de alcance internacional e profusas edições de partituras impressas: casa de Artur Barbedo, no Porto (1907), casa Moreira de Sá, também no Porto (1914) , e álbum de Vinhos Constantino (Porto e Brasil, 1916).
Tentando esquecer momentaneamente as grandes vozes da década de 1920, o "estilo Manassés" soa um pouco estranho à outiva. Está mais próximo de registos efectuados pelo guitarrista e cantor Reynaldo Varella (não se confundindo embora com ele), dos desempenhos do cantor popular conimbricense Francisco Caetano e, vale a pena sublinhá-lo, de registos realizados no Brasil em 1905 por um cantor chamado Geraldo Magalhães (ouçam-se os registos "Fado" e "Fado dos Olhos Negros" divulgados pelos arquivos radiofónicos da TSF-"Fado Maior", em 30/10/2005).
O que é interessante redescobrir nesta gravação de Manassés de Lacerda é o tratamento musical da composição e a abordagem da melodia original (tal qual consta da partitura, em compasso 4/4 e tom de Lá Maior): em vez de cantar a 1ª quadra, seguindo-se o separador e a 2ª copla, Manassés canta as duas estrofes seguidas (fazendo embora as devidas repetições de dísticos), como se cada bloco de duas estrofes constituísse um todo literário coerente. A versão vulgar desta composição, recebida através dos discos de António Menano é já outra coisa: título modificado, letra diversa da original, esquema 1ª quadra/separador/2ª quadra, e adulteração palpável da melodia sobretudo nos segundos dísticos.
Texto e imagem: José Anjos de Carvalho e António Manuel Nunes

quinta-feira, outubro 19, 2006


Exposição de Pintura "Nos cinco Sentidos", de José Maria Oliveira, na Biblioteca Municipal de Faro, a partir de 27 deste mês de Outubro.


Movimento perpétuo. Quadro de uma exposição de pintura "Nos cinco Sentidos", de José Maria Oliveira, na Biblioteca Municipal de Faro, a partir de 27 deste mês de Outubro.


Há vozes na Mouraria. Quadro de uma exposição de Pintura "Nos cinco Sentidos", de José Maria Oliveira, na Biblioteca Municipal de Faro, a partir de 27 deste mês de Outubro. Posted by Picasa


Vozes do Fado. Quadro de uma exposição de Pintura "Nos cinco Sentidos", de José Maria Oliveira, na Biblioteca Municipal de Faro, a partir de 27 deste mês de Outubro. Posted by Picasa


Amália. Quadro de uma exposição de Pintura "Nos cinco Sentidos", de José Maria Oliveira, na Biblioteca Municipal de Faro, a partir de 27 deste mês de Outubro. Posted by Picasa


Fado Maior. Quadro de uma exposição de Pintura "Nos cinco Sentidos", de José Maria Oliveira, na Biblioteca Municipal de Faro, a partir de 27 deste mês de Outubro. Posted by Picasa


Fado vadio. Quadro de uma exposição de Pintura "Nos cinco Sentidos", de José Maria Oliveira, na Biblioteca Municipal de Faro, a partir de 27 deste mês de Outubro. Posted by Picasa


Uma Guitarra com gente dentro. Quadro de uma exposição de Pintura "Nos cinco Sentidos", de José Maria Oliveira, na Biblioteca Municipal de Faro, a partir de 27 deste mês de Outubro.  Posted by Picasa


5º Festival José Afonso. Cartaz enviado por por João Luís Caria Vila. Posted by Picasa


5º Festival José Afonso. Enviado por por João Luís Caria Vila. Posted by Picasa


1 Festival de Guitarra de Portalegre. Enviado por João Luís Caria Vila. Posted by Picasa

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